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Armada holandesa nas águas de Macau, um desenho fictício feito por Johan Nieuhof da batalha histórica que teve lugar entre o dia 23 e 24 de Junho de 1622, Macau

Macau: 24 de Junho de 1622

No século XVII, Macau era um ponto estratégico para o comércio marítimo português na Ásia. Desde 1601, e ávidos em controlar esse lucrativo comércio, os Holandeses fizeram várias tentativas de tomar Macau, porém, nunca chegaram a concretizar esse objectivo. Mas estiveram perto!

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Na alvorada do dia 24 de Junho de 1622, estava uma armada Holandesa de 13 naus na rada de Macau. Enquanto duas das naus holandesas bombardeavam o baluarte de São Francisco como manobra de diversão, cerca de 800 tropas holandesas desembarcaram na Praia de Cacilhas. A protecção da Praia estava a cargo de um pequeno grupo de portugueses e filhos da terra, sob o comando de António Rodriguez Cavalinho. O Capitão que comandava a armada holandesa, C. Reijersen, ficaria ferido logo no início do ataque, mas tal não impediu o avanço das tropas holandesas. 

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Man from the West (possivelmente Holandês). Século XVII. Escultura em Granito. Museu do Oriente, Lisboa (Portugal)

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Foi já no sopé da Colina da Guia que um tiro de canhão, matematicamente disparado da inacabada Fortaleza do Monte pelo Padre Jesuíta Jeronimo Rho, acertou numa das barricas de pólvora que os Holandeses traziam. Instaurada a confusão, foi possível um contra-ataque, liderado por Lopo Sarmento de Carvalho, capitão da Nau de Macau que fazia a viagem comercial entre Macau e Japão. Os Holandeses debandaram de regresso à Praia, onde muitos foram mortos ou se afogaram.

 

Esta vitória miraculosa teve lugar no dia de São João Baptista, que foi nomeado patrono da cidade por voto do município e da população. Desde então, o Senado comprometeu-se a organizar anualmente uma procissão e uma novena, para além de outras festividades populares, em honra deste acontecimento histórico. O 24 de Junho passou a ser o Dia da Cidade de Macau, sendo feriado até 1999. 

Folheto ‘Leal Senado’. Editado por Leal Senado. 2 de Junho 1940

Referências:

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Gomes, L. G. (2010) Páginas da História de Macau. R.A.E Macau: Instituto Internacional de Macau.

Boxer, Charles R. (1991) Estudos para a História de Macau. Séculos XVI a XVIII. Vol.1, book 1. Portugal: Fundação Oriente.

Boxer, Charles R. (1926) 24 de Junho de 16[22]: Uma façanha dos portugueses. Boletim da Agência Geral das Colónias.

Teixeira, Pdr. Manuel (1976) Os Militares em Macau. Macau: Imprensa Nacional.

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